Sinopse

Estação Onze conta-nos a cativante história de um grupo de pessoas que arriscam tudo em nome da arte e da sociedade humana após um acontecimento que abalou o mundo. Kirsten Raymonde nunca esqueceu a noite em que teve início uma pandemia de gripe que veio a destruir, quase por completo, a humanidade. Vinte anos depois, Kirsten é uma atriz de uma pequena trupe que se desloca por entre as comunidades dispersas de sobreviventes. No entanto, tudo irá mudar quando a trupe chega a St. Deborah by the Water. Um romance repleto de suspense e emoção que nos confronta com os estranhos acasos do destino que ligam os seus personagens


Opinião
Atrevido. Sensato. Pluridimensional.
Estação Onze é um livro bastante curioso. A verdade é que o tema pós-apocalíptico e pós-civilizacional, no qual se enfrenta uma nova era, já foi - e continua a ser - bastante explorado. Também é certo que muito do que se encontra nestas páginas foi desenvolvido de forma similar noutras tantas, presentes noutros livros. No entanto, este romance tem tanto de semelhante como de diferente. A abordagem nele presente a um novo mundo é um elemento inovador nesta temática. Sim, a electricidade acaba-se, 99% das pessoas foram à vida, os aparelhos ficam obsoletos, o futuro torna-se sombrio, o passado esfuma-se. Mas, para além disto, existe uma parte romântica que a autora não se cansa de proclamar, não só com a sua sinfonia - leiam para perceber - assim como pela Estação Onze - desta vez não me refiro ao título da obra.
Depois há aquilo que eu gosto verdadeiramente. Aquilo que gosto de ler e que gostava de escrever, quando (mal) escrevia. As ligações entre os personagens do passado e do futuro são tão intensas quanto credíveis. Existem uma série de autores que buscam o lema de que nada acontece por acaso. Mandel escolheu seguir este caminho. Eu também gosto do nem tudo o que acontece tem de ser explicado nem tem de fazer sentido. Mas isso é outra história. Neste ponto, o das ligações, Mandel mostra duas das suas qualidades: inteligência e sensibilidade. Nota-se que é uma mulher voltada para arte e para as emoções, fazendo questão de não o esconder, e bem, a meu ver.
Estação Onze é um bom livro, escrito por uma boa autora, que pode ser conhecido por qualquer leitor. Fala de vidas que acabam num instante; vidas que se cruzam antes e depois de elas mesmas terminarem. E aí que reside toda a beleza da narrativa.

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