Sinopse
Marie-Laure é uma jovem cega que vive com o pai, o encarregado das chaves do Museu Nacional de História Natural em Paris. Quando as tropas de Hitler ocupam a França, pai e filha refugiam-se na cidade fortificada de Saint-Malo, levando com eles uma joia valiosíssima do museu, que carrega uma maldição
Werner Pfenning é um órfão alemão com um fascínio por rádios, talento que não passou despercebido à temida escola militar da Juventude Hitleriana. Seguindo o exército alemão por uma Europa em guerra, Werner chega a Saint-Malo na véspera do Dia D, onde, inevitavelmente, o seu destino se cruza com o de Marie-Laure, numa comovente combinação de amizade, inocência e humanidade num tempo de ódio e de trevas.

Opinião
Sensorial. Descritivo. Reconfortante.
Este é um livro belo e estranho ao mesmo tempo, um livro pelo qual nos sentimos atraídos, não obstante o sentimento de pânico - um pânico tranquilo, porém, quase inocente - que não se desprende das páginas por um instante que seja.
Não achei uma narrativa uniforme. Isto quer dizer que nem sempre senti urgência em lê-la, embora isso tenha ocorrido a espaços. Isso não é sequer uma crítica negativa porque, a meu ver, para haver um momento mais intenso, aqueles que o antecedem e o sucedem têm obrigatoriamente de ser menos interessantes ou mais vulgares, por assim dizer.
O conceito do livro é, na minha opinião, bastante bom. Não se trata apenas de uma história de guerra, de uma história de resiliência. Trata-se sim dum enredo com muitos mais elementos do que os habituais neste tipo de trama. Embora estejam presentes em lados opostos, as personagens  adolescentes - a francesa e a alemã - são deliciosas, mostrando que pode não haver bem nem mal, que podem não existir pessoas melhores ou piores, mas sim seres humanos que, por força das circunstâncias, não caminham lado a lado como noutra vida, noutra era, o poderiam ter feito.
Houve duas situações que registei com muito agrado, pormenores que  fazem toda a diferença: a violência física e psicológica a que os miúdos da Juventude Hitelariana estão sujeitos e a força dos boatos/ exageros não só entre os franceses como entre os alemães, que consistiu numa das maiores forças de Hitler - a propaganda.
Notei igualmente uma sensibilidade brutal por parte do autor no relato de Marie-Laure bem como na relação entre ela e o seu pai - um homem simples com um problema complexo - e entre ela e o seu tio-avô - um homem complexo querendo viver uma vida simples.
Gostei de Toda a Luz Que Não Podemos Ver e acho a maioria dos leitores iria gostar da mesma forma.

3 comentários:

    On 01 julho, 2015 Aida Silva disse...

    Gostei da critíca, Vasco. Este tema é dos meus "preferidos" na leitura.
    Vou ler, logo que tenha oportunidade de comprá-lo!
    beijinho

     
    On 01 julho, 2015 Vasco disse...

    :) Obrigado, acho que vale a pena. Beijinhos

     
    On 03 julho, 2015 Paula disse...

    Já adquiri o livro em 2ª mão, talvez pegue nele em breve!

     

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