Sinopse
Numa cidade sem mulheres, os homens revelam a sua verdadeira natureza.
Todas as mulheres são expulsas de uma Cidade-Estado, as suas memórias apagadas. Um grupo de amigos - Ele, Mau e Grande - cresce nesse universo exclusivo de homens em que o pugilismo se tornou no desporto nacional, a força física uma qualidade e as emoções um sinal de fraqueza. Eles atravessam a decadência da Cidade nas suas motos, procurando o perigo e as lutas de rua. Mas um dia enfrentarão o resto do mundo, as mulheres, e terão de confrontar-se com a brutalidade da sua própria natureza.
 O coração dos Homens vai ao fundo da amizade masculina, fala da contenção dos sentimentos, da solidão, dos impulsos sexuais e do corpo como único instrumento de prazer.

Opinião
Grotesco. Macabro. Coerente.
“O Coração dos Homens” é um livro muito curioso. Trata-se de uma história escrita por um homem que ridiculariza os homens, não o Homem, homens mesmo.
O autor faz algo muito simples, o que não quer dizer que seja fácil, porque não será. Pega num local – qualquer, não importa onde –, dá vida a uma personagem que parece ser escolhida ao acaso – uma qualquer, não importa quem –, rouba as mulheres do tal local e deixa lá ficar os homens. E toda a trama gira em redor da uma humanidade de homens perdidos sem mulheres que possam indicar-lhes um caminho. Ao longo dos capítulos, conhecemos a vida do protagonista – e de dois dos seus amigos –, desde a infância até à idade adulta, e, pelas razões mais óbvias, o resultado é tenebroso.
A ficção é, a meu ver, uma mescla de distopia e de romance. Na verdade, estes dois conceitos embrulham-se de tal forma que acaba por não ser uma coisa nem outra. Isto porque ambos os conceitos são de um antagonismo perfeito, visto que os valores impostos pela sociedade que envolve o enredo não permite que as personagens tenham a sua vivência como se vê na maior parte dos textos.
Toda esta forma de ver as coisas deixa-nos de certa maneira doridos, mentalmente doridos. Porque sabemos que tudo o que lá sucede não é impossível que suceda na vida real, bastando para isso apenas que meia dúzia de passos sejam dados, não de homens, mas antes do Homem – tal como os do Neil.
Gostei imenso deste livro e fiquei sem saber se o modo de escrita do autor é simples e directo, sem recurso ao sentimentalismo nem ao lirismo, ou se ele se terá adaptado àquilo que desejava transmitir, ou seja, personagens insensíveis e cegos por valores absolutamente inaceitáveis. Por isso, já comprei o último livro do Hugo Gonçalves, acerca do qual reservo as melhores expectativas.

5 comentários:

    On 02 abril, 2014 ElsaR disse...

    hmm fiquei curiosa

     
    On 02 abril, 2014 Paula disse...

    Eu também fiquei curiosa!
    O tema é muito interessante!

     
    On 02 abril, 2014 macy disse...

    Yeah!!! Eu sabia que ias gostar Vasco!!!!! É brutal este livro! Leiam...
    Teresa Carvalho

     

    Livro a colocar na lista das próximas leituras,após a interessante sinopse apresentada.

     
    On 03 abril, 2014 Vasco disse...

    Pois sabias. :)
    Vale a pena, sim, Teresa.

     

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